domingo, 14 de junho de 2009



O que sente uma mulher que trai? Por Stella Florence

O que sente uma mulher que trai? Há anos, num museu quase deserto, ouvi o relato pungente de uma estranha. Ela precisava desabafar e eu estava ali. Ao chegar em casa, transformei o relato em texto. Vale lembrar: aqui não há julgamento, apenas os devaneios dela. Sem mais delongas, vamos ao seu desabafo. (...)Você nunca tinha sentido isso. Agora, é como se você só tivesse coração. Se fosse possível, você pegaria uma faca e o arrancaria de dentro de você, cortaria todos os tecidos e veias e artérias até que não sobrasse nada. Mas você sabe, mesmo morta, ele ainda iria doer.Você nem se olha no espelho, não quer ver um rosto de palhaço aparecer e perguntar: “De quem é a culpa, hem?”. A culpa é sua e você sabe. Foi você quem decidiu testar seus limites, morder a maçã, ouvir a cobra. Foi você quem decidiu que teria um caso.Você começou achando tudo uma festa, supondo que poderia dar um basta quando quisesse, que tinha as cartas do jogo na mão. Eu saio quando eu quiser, você dizia. Parece papo de junkie travado de pó. É isso o que você é agora: uma viciada enfrentando sua primeira crise de abstinência. Ele não te quer mais, ele foi embora, ele acreditou na sua displicência e ficou tranquilo para confessar “conheci outra pessoa”. Ninguém pode dizer que você foi enganada, levada pela mão: durante uma boa parte do trajeto foi você quem conduziu a carruagem. Agora aguenta a abóbora fervendo no seu colo, Cinderela. Até mesmo sofrer, um direito de todo ser humano, lhe é negado. Quem trai não tem o direito de sofrer, não abertamente. À noite você vai ter de engolir o choro para o seu marido não perceber nada, de dia você vai ter de engolir o choro para os seus colegas não perceberem nada, na hora do jantar você vai ter de engolir o choro para os seus filhos não perceberem nada e quando você não aguentar mais, quando estiver quase sufocando, você vai se enfiar debaixo do chuveiro e chorar. Mas chorar pouco, porque sua cara não pode ficar inchada.Essa é a pior parte: não poder contar nada a ninguém. Não poder se enfiar numa cama e definhar por duas semanas. Não poder chutar o trabalho e deitar no colo da sua mãe. Não poder sofrer em paz. Não poder abrir a veia e libertar esse sangue ruim. Não poder queimar como fênix, até o último naco de pele e carne e pena, para depois ressurgir mais forte. Mas você não pode queimar até o fim. Você sequer pode queimar. Você tem contas a pagar, comida para fazer, filhos a criar, contratos a fechar, marido para transar. Quando você conseguir catar os cacos desse sofrimento sem nome vai estar mais cheia de fissuras do que agora. Você vai se levantar, sim, mas estará manca, torta e trêmula. Drenar a dor é tudo o que você precisa agora. Drenar, não morrer. Morrer é fácil. E você quer estar viva quando ele aparecer um dia dizendo “puxa, estou com saudade”. Ou talvez, espera um pouco, talvez você possa encontrar outro homem, outro que tape a ferida, outro que, enquanto te beija, sem perceber, possa drenar esse sangue negro para bem longe. É isso. Você precisa de um outro amante. Como uma droga, que venha algo mais forte. Algo estupidamente mais forte.

sábado, 16 de maio de 2009


"Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou maduro bastante ainda. Ou nunca serei.”

quinta-feira, 14 de maio de 2009


E depois de tantas descobertas, de tantos sonhos e realizações, de tantas alegrias e preocupações, chega-se a idade da razão. O fruto já amadureceu , ganhou mais cor, tornou-se mais saboroso e mais rico. Nessa fase os primeiros cabelos grisalhos anunciam o outono da vida. É como se vivêssemos uma tarde calma. È quando a mãe finalmente tem um encontro com Deus diante da tranqüilidade. Ela já se encontra no meio do caminho. Atrás, experiências que a juventude colheu e à frente, um novo horizonte, novos ideais. Os filhos já têm seus próprios filhos. E os netos são filhos duas vezes mais. Agora já existe a certeza de que há sempre algo a ser feito, sempre alguém a quem ensinar a maravilhosa arte de viver.

quarta-feira, 13 de maio de 2009


Quando os filhos amadurecem, começamos a perceber seus frutos. São realizações pessoais que parecem ter o gosto de vitória em conjunto. Qualquer passo alcançado tem o sabor de conquista tanto para o filho como para a mãe. É a fase em que ainda há tempo. Ainda há tempo de trocar o silêncio pelo sorriso, os punhos fechados pelos braços abertos, para dispensar a distância e acolher a cumplicidade, para pedir perdão e sentir saudade de tudo e de todos. É quando a mãe tem um encontro com Deus diante da realização. Porque nessa fase, muitas são as conquistas, mas nela tudo faz falta...até o abraço que negamos ou a risada que não permitimos. Mas no final, descobrimos que ainda há tempo, porque temos uma vida inteira para continuarmos amigos. Para sermos mãe e filho.

terça-feira, 12 de maio de 2009


Eles têm nos olhos o brilho dos anos dourados da vida. Têm os braços abertos, ansiosos para agarrar o mundo. São adolescentes. E com esta deliciosa desculpa justificam seus atos, seus ideais, suas loucuras, sua contagiante explosão de vitalidade. Seus corpos têm o perfume da mocidade, a ânsia de amar; seus lábios, o sabor da contestação. Às vezes guardam no sorriso um restinho da criança que os anos esqueceram de levar. Para eles tudo é sonho e alegria, esperança e vida. Quando a mãe se vê entrando novamente na adolescência, ela descobre a necessidade de ter um encontro com Deus diante da responsabilidade. Porque adolescer pela segunda vez, só que adolescer como mãe, é uma fase em que é necessário ter sabedoria para ensinar como se começa a caminhar sozinho. É quando a mãe descobre que o seu bebê já precisa descobrir o mundo. É quando a mãe reconhece que a sua tarefa diante da vida é muito maior do que a de apenas trazer um filho ao mundo e que a vida é sim uma grande aventura.


segunda-feira, 11 de maio de 2009


Crianças não são miniaturas de adultos, têm uma identidade própria. Não têm passado, nem futuro, mas gozam do presente. E se um dia, sentir falta de pureza, olhe nos olhos de uma criança. Pureza mora lá. Naqueles olhinhos brilhantes como bolas de gude, ainda não há indagações ou preocupações sobre o amanhã. O amanhã é o futebol, a boneca, o carrinho, a bicicleta, a brincadeira não brincada ainda. Nesta fase a mãe descobre o sublime significado da felicidade. Felicidade da roupa suja e rasgada, daquelas horas que o tempo esqueceu de marcar. É quando uma mãe se encontra com Deus diante de tantas alegrias. Casa sempre cheia, fogão sempre aberto e muito barulho. E a certeza que a alegria da vida pode se resumir em apenas um abraço apertado.

domingo, 10 de maio de 2009




Dia das Mães tem sempre um gostinho especial...É engraçado como os filhos pequenos se preocupam em decorar versinhos e músicas quem mostrem o seu amor. Os filhos maiores demonstram através de almoços, presentes, flores, cartões....Cada um do seu próprio jeito, mas todos com o objetivo de homenagear aquela que lhes deu a vida. Quando nos tornamos mães, passamos a ver a vida de uma outra maneira. Já não somos mais tão egoístas e nos obrigamos a ser mais fortes. Todos acham que as mães são fortes por natureza, só não entendem que a maternidade em si nos obriga a mesmo quando não temos mais força, buscá-la em um ser superior, que eu reconheço como Deus. Então, no dia de hoje, quero deixar registrado aqui todo o meu amor e carinho por aquela quem me gerou, minha mãe Elza.E também quero declarar que ser a Mãe do Caio Filipe é um grande orgulho, não poderia ter tido um presente melhor nesta vida. E as demais Mães, quero parabenizar pela grande tarefa que possuem de gerar e cuidar de outras vidas.